quarta-feira, 14 de março de 2012

trbalho de conclusão de curso sobre o desenvolvimento da linguagem oral muitas coisas foram da net


         UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ
INSTITUTO BRASIL DE PESQUISA E ENSINO SUPERIOR
GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA, LICENCIATURA PLENA



MARIA   DE LOURDES DO NASCIMENTO



 DESENVOLVENDO A LINGUAGEM ORAL ATRAVES DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA












PARELHAS – RN
2012



MARIA  DE LOURDES DO NASCIMENTO






 DESENVOLVENDO A LINGUAGEM ORAL ATRAVES DA CONTAÇAO DE HISTORIA






Trabalho de intervenção sócio escolar apresentado à Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), como requisito parcial para obtenção do título de licenciado (a) em Pedagogia.
                                        
Orientador (a): Profª Maria Inês de Araújo








PARELHAS – RN
2012

MARIA  DE LOURDES DO NASCIMENTO



 DESENVOLVENDO A LINGUAGEM ORAL ATRVES DA CONTAÇAO DE HISTÓRIA

Trabalho de intervenção sócio escolar apresentado à banca examinadora da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), como requisito parcial para obtenção do título de licenciado (a) em Pedagogia.


Monografia aprovada em: _____/_____/_____

Banca Examinadora

_____________________________________
Profª Vera Lúcia de Souza
_______________________________________
Profª Maria Inês de Araújo (orientadora)
_______________________________________
Profª Maria de Lourdes Souza (coordenadora)




PARELHAS
2012

AGRADECIMENTO


Agradeço a Deus pelas bênçãos oferecidas e possibilidade de descobrir nesta profissão a minha realização.
Agradeço a minha mãe pelos planos que me permitiu traçar, pelos riscos que me ajudaram a assumir e pela grandiosa vitória que conseguimos alcançar.
Toda minha família pelos ensinamentos e exemplos.
Agradeço àqueles que confiaram em mim enquanto estudante
Possibilitando o aprendizado profissional.
 Aos meus amigos que compartilharam as alegrias, as tristezas,perdas e ganhos.
 A minha amiga companheira de jornada, Valquiria, por está ao meu lado  em todos o momentos dando-me força para suportar as tribulações que encontrei no período desse curso.
 A  Hozana por  ter  estado sempre rezando por mim e ajudando-me quando precisava em meus trabalhos.
A  socorro Valentim, ex coordenadora,pelo incentivo e a força que me deu para que eu não desistisse.de continuar estudando.
As  minhas grandes companheiras de turma  e  a todos os professores  que por mim passaram.
Enfim, a todos que participaram diretas ou indiretamente neste momento







































“A língua é fundamentalmente
um fenômeno sociocultural que se determina
na relação interativa e contribui de maneira
decisiva para a criação de novos
mundos e para nos tornar definitivamente
humanos.”
Luiz Antonio Marcuschide
                                                                





























                                                                   DEDICATÓRIA
 Dedico esse trabalho  aos meus filhos  Gêneses,Guilherme e em especial a GIL,  pela compreensão nas horas de minha ausência no decorrer desse curso, a minha mãe Aureliana,minhas irmãs,FAFÁ E ENGRAÇA,minha sobrinha Suênia por cuidar dos afazeres da minha casa  enquanto eu estava estudando.



                                                                 RESUMO
            O presente trabalho objetivou apresentar dados sobre a importância e as
contribuições do recontar histórias para o desenvolvimento da linguagem oral
pelas crianças. através da reconstrução de histórias a partir de sua contação e do tratamento docente às alocuções das mesmas de forma a favorecer sua comunicação e expressão. Orecontar histórias é um fator que influi positivamente no desenvolvimento da linguagem oral e possibilita a educação do indivíduo na perspectiva interacionista. E, em se tratando de crianças a melhor forma de trabalhar o discurso oral e seu desenvolvimento é através da literatura infantil. Esta que
encanta, diverte e atrai o leitor para o livro.

PALAVRAS-CHAVE: linguagem oral, interações sociais, Literatura Infantil,
contação e práticas pedagógicas.


















SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO....................................................................................07
 2. DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM  PELA CRIANÇA............10
 2.2 As diversas formas de linguagem explorados na Educação infantil........14
  2.3 O desenvolvimento da linguagem oral..................................................18
  3.LEITURA E CONTAÇAO DE HISTORIA :UM ESTÍMULO A APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM ORAL...................................................................................23
  3.1 A contação de história através da imagem...................................................24          
 3.2 Os contos de fada e a linguagem oral...................................................28
 3.3 A escola e o desenvolvimento da capacidade de expressa oral na infância........34
 4.PRÁTICA PEDAGÓGICA EO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL
4.1Justificativa....................................................................................
4.2Caracterização da escola..................................................................
4.3 Público alvo...................................................................................
4.4 Objetivos...........................................................................................
4.5 Conteúdos e atividades..........................................................................
3.6 Metodologia...........................................................................................
4.7 Recursos metodológicos..............................................................................
4.8 Tempo previsto......................................................................................
4.9 Avaliação.................................................
5.CONSIDERAÇOES FINAIS..........................................................................46
REFERÊNCIAS...............................................................................................47










INTRODUÇÃO

Os contos de fada vêm se perpetuando por gerações e tornando-se cada vez mais um estímulo que contribui para o desenvolvimento da linguagem oral da criança além de fazer com que a fantasia se torne verdade. Sendo assim, abrem as portas para o mundo imaginário que nos mostra a realidade dos conflitos, valores, questões universais da condição humana.
A história proporciona a criança viver além de sua vida imediata, vivenciar experiências. Por isso seduz, encanta e embriaga. Quando se ouve uma história há um processo de identificação com algum personagem. Isso faz com que o indivíduo viva um jogo ficcional, projetando-se na trama.   
Nesse caso, a expressão oral, como forma de comunicação, acontece em todas as atividades que favoreçam a manifestação de idéias, as expressões de fantasias, instiguem a curiosidade e a imaginação da criança. Assim, os contos de fada podem ser considerados um instrumento rico no desenvolvimento da linguagem oral e da criatividade da criança.
Foi pensando nisso que escolheu-se como tema para esse trabalho “Desenvolvendo a linguagem oral na educação infantil através da contação de história”.  Objetivo dessa intervenção pedagógica é
Considerando que nesta fase, ouvir histórias principalmente os contos entre outras atividades, é possibilidade real de desenvolvimento e aprendizagem. Os contos de fadas exercem um grande fascínio nas crianças, são caminhos de descobertas e compreensão do mundo. Segundo Betteheim dentro do texto: “os contos de fadas procede de uma maneira consoante ao caminho pelo qual uma criança pensa e experimenta o mundo; por esta razão os contos de fadas são tão convenientes para elas”. Quando destaca-se os contos de fada como estímulo para o desenvolvimento da linguagem oral, não se trata de ensinar alunos a falar, mas de criar condições para que eles aprendam a usar a língua adequadamente em diferentes situações comunicativas, isto é, a fazer uso da linguagem oral com competência. Além disso, o saber ouvir contraparte do saber falar deve ser objeto de trabalho em sala de aula.
É possível conjecturar que os contos de fada exerçam fascinação sobre a criança justamente por permitirem que ela responda a algumas questões básicas que faz a si mesma. Esse tipo de literatura, além de se direcionar ao pequeno leitor o faz levando em conta o desenvolvimento da criança e suas maneiras peculiares de sentir, ver e perceber o mundo. Esse mundo tem características muito especiais, sendo cheio de mistérios, onde o material e o espiritual estão entrelaçadas, em que fantasia e realidade muitas vezes se confundem, estando, portanto, muito próximo do mundo das histórias.
Assim sendo, esse trabalho está consta de 04  capítulos  nos quais a teoria e a prática aparecem abraçadas, porque são dois lados de uma mesma moeda. O primeiro ponto formula-se alguns enfoques sobe como se desenvolve a linguagem oral da criança.
 O segundo capitulo formula-se alguns enfoques sobre como se desenvolve a linguagem oral da criança. Tratando-se de uma investigação que se preocupa em compreender como as crianças são instigadas a serem sujeitos que possam falar sem receios e que expressam as diversas formas de linguagem.  “Ainda neste  ponto trata-se de leitura e contação de história um estímulo ao desenvolvimento da linguagem oral”. Pois sabe-se que o ato de ler é uma necessidade constante, uma vez que proporciona ao educando abrir-se para outras culturas. Portanto, se  pretende-se  formar cidadãos leitores, criativos e aptos a intervir na sociedade em que estiverem inserido um dos requisitos fundamentais é o enriquecimento do cotidiano infantil com a inserção de leituras de contos nas quais a riqueza e o acervo de brincadeiras constituirão um amplo caminho para o desenvolvimento da linguagem oral.
     O  terceiro capítulo trata da “Leitura e contação de história: um estímulo a aprendizagem da linguagem oral” vem mostrando que o trabalho com contos de fada torna-se um excelente recurso e pode certamente ajudar na valorização da criatividade, contribui para o crescimento e a identificação pessoal da criança além de incentivá-la a despertar o gosto e o prazer pelo hábito de ler. Ainda nesse ponto trata da leitura e contaçao de histórias através de imagem, mostrando  que esse recurso  torna-se valioso quando aderido em sala de aula.Na seqüência, escolheu-se também para se falar da importância dos contos e o desenvolvimento da linguagem oral. O domínio da linguagem oral é essencial para a participação social efetiva, pois é por meio dela que o indivíduo se comunica, tem acesso a informação, expressa e defende pontos de vista, compartilha ou constrói visão de mundo, produz conhecimento, em fim, estabelece um processo de comunicação. Porém, a contação de história sempre expressou um ato de linguagem, representação simbólica do real direcionado para a aquisição de modelos lingüísticos. Ainda nesse ponto, comenta-se também sobre “A escola e o desenvolvimento da capacidade de expressão oral na infância”, vem mostrar que a escola deve oferecer um ambiente que estimule a comunicação com toda comunidade escolar, mostrando que as regras da linguagem oral não são as mesmas da linguagem escrita.
O quarto  e ultimo capítulo , “A prática pedagógica e o desenvolvimento da linguagem oral na Educação Infantil” mostra que o professor deve estar sempre atento para a oralidade, comportando-se não só como detentor de conceitos, mas com uma “ponte” que leva a criança a compreender que a escrita “representa a fala”. Para que isso aconteça, ou seja, para que a oralidade seja usada cada vez mais e de melhor forma, é preciso trabalhá-la diariamente com base em diferentes temas. Em seguida encontra-se a proposta de intervenção sócio- educativa,que mostra ,não como receituário, mas a possibilidade de se trabalhar com contos objetivando um desenvolvimento da linguagem oral de forma significativa e natural. A mesma  foi fruto de  juntar a teoria a pratica o que facilitou para sua execução na escola CEMEI: Professora Maria de Fátima Dérick, que fica na cidade de Equador RN.O próximo ponto , está as considerações finais  que oferece uma compreensão do que representou esse tão valioso trabalho , confirmando que é possível  a criança desenvolver a linguagem oral através da contaçao de historias em sala  de aula.
 O  trabalho representou um valioso fruto, através das contribuições dos teóricos  e das suas teorias , como também a oportunidade de poder vivenciá-lo em sala de aula  que com certeza os educadores que tiverem a oportunidade de folhearem certamente terão a  oportunidade de usá-lo e avançar em suas praticas educativas, a cerca da importância de aderirem os contos para suas aulas ,objetivando um desenvolvimento por completo das crianças de educação infantil.  




















2- O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM PELA CRIANÇA
A linguagem é uma atividade constituída pela criança, a partir de determinados contextos sociais, culturais e históricos em que vive. A linguagem que se utilizar uma entre outras praticas sociais e, portanto tem relação com a história, com a cultura e com sociedade em que vive. A esse respeito Fernandes(2005,p.15) acrescenta:
                             O domínio da linguagem é imprescindível na participação efetiva do cidadão no meio social em que vivemos.por isso aprender a falar e a escrever não é suficiente para que o individuo seja capaz de interferi nas idéias  da comunidade em que vive

Mesmo assim pode-se dizer  que a principio o progresso da comunicação humana, ocorre a nível de desenvolvimento da linguagem oral. Neste processo, os bebês emitem sons articulados que parecem revelar certo esforço para comunicar-se com as pessoas. Diante disso, os adultos e crianças mais velhas buscam dar sentido à comunicação dos bebês. Esta situação já é suficiente para compreende-se que “a construção da linguagem oral implica, portanto, na verbalização e na negociação de sentidos estabelecidos entre pessoas que buscam comunicar-se.’’ (RCNEI – Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil: 2000,125)
Ao comunicar-se com os e adultos, por vezes esses “tendem” a utilizar uma linguagem simples, breve e repetitiva, que facilita o desenvolvimento da linguagem e da comunicação. Outras vezes quando falam com os bebês ou perto deles, adultos e crianças s expõem à linguagem oral em toda sua complexidade, como quando, por exemplo, na situação de troca de fraldas, o adulto fala: “Você está molhado? Eu vou te limpar, trocar a fralda e você vai ficar sequinho e gostoso!” (RCNEI: 125).
 É nessa relação com o outro  que as crianças pouco a pouco apropriam-se das características da linguagem oral, buscando utilizá-las nas tentativas pessoais de comunicação dotada de um potencial exploratório criativo, seria incapaz de descobrir palavras novas/diferentes ou de criar frases além das que ouviu.
Rizzo (1981:14,15) explica com a criança lança mão deste potencial exploratório para desenvolver suas capacidades comunicativas da seguinte forma:’’ a criança associa determinadas palavras e pequenas frases ouvidas, como unidades sonoras, a determinadas situações completas (significado), e estabelece uma associação de idéias indissolúvel entre significado e significante.’’
Também é verdade que, através da repetição de determinados sons, a princípio não intencionais, ela obtém os mesmos resultados sobre o comportamento alheio e acaba por associar uns aos outros. Mas apenas quando consegue reconhecer as conseqüências de suas ações é que começa a usar intencionalmente sua linguagem para provocar no adulto as reações que deseja. Não fosse por suas próprias tentativas de investigação e experimentação, ela jamais chegaria a criar e estruturar formas de comportamentos capazes de interferir no comportamento alheio.
Portanto, as estruturas da língua materna incorporam-se ás estruturas mentais da criança e não estas àquelas. Pela observação, repetição, experimentação, associação de idéias, percepção de analogias, generalização e criação de regras próprias, a criança domina gradativamente a linguagem verbal como meio e processo, ou seja, com comportamento de lidar com idéias.
Uma vez compreendido com o potencial exploratório da criança é mobilizado a fim de permitir o desenvolvimento da linguagem, só resta afirmar que é este potencial que caracteriza a inteligência verbal ou lingüística do ser humano.
Assim, a partir das contribuições de Antunes (1999) in Costa (2.000: 25) podemos afirmar que esta inteligência “manifesta-se na habilidade de construir mensagens verbais capazes de comunicar bem a idéia que precisa ser expressa. Estas comunicações podem ser manifestadas de forma oral com ou sem escritas”.
No processo de aquisição da linguagem oral, pode-se ressaltar que os seres humanos aprendem a falar antes de escrever
Quando a criança se expressa por meio da fala está desenvolvendo seu pensamento. Para Vygotsky (1978, p. 28), que facilita o desenvolvimento da expressão oral, do pensamento e da atenção é a interação social, ou seja, a conversa com familiares, amigos, vizinhos e professores, pois também é papel do professor propor situações desafiadoras que estimulem a inteligência e a expressão oral, mesmo sabendo que uma criança de 7 anos, ao entrar na escola, é capaz de entender e falar a língua portuguesa com desembaraço e preciso, nas mais diversas circunstancias de sua vida.
Essa criança aprendeu a falar e a entender o que lhe falam, revelando um processo de aquisição da linguagem oral que eleve grande desenvolvimento a partir, aproximadamente, de seu primeiro ano de idade. Com 3 anos ela já é capaz de conversar com outras crianças e com adultos, compreendendo plenamente o que lhe é dito. Sua habilidade com o uso da linguagem havia alcançado um estágio tal que, quando ela não entendia algo que na era dito, já disponha de modos de falar para externar sua dúvida.
Vale ressaltar que a criança mencionada é qualquer criança normal de qualquer parte do mundo. As dificuldades específicas de aquisição de linguagem só ocorrem quando a criança apresenta problemas biológicos seriíssimos causados por patologias neurofisiológicas graves.
Enfim, compreendendo e falando, a criança vai se relacionando cada vez mais com as pessoas, intensificando o processo de socialização e autonomia.A criança que convive com indivíduos mais comunicativos tem melhor desempenho, apresenta vocabulário mais rico, é mais curiosa e demonstra uma imaginação mais viva e ativa do que naquela que convive com indivíduos mais tímidos.
O adulto, a preocupar-se em ouvir o que a criança fala, incentivando seus relatos, constrói um elo de confiança que possibilita a formação de bases sólidas para o desenvolvimento da linguagem.
No entanto, quando ele  costuma corrigir constantemente a fala da criança não permitindo a ela o tempo necessário para responder não ouvindo o que ela tem a dizer ou silêncio, estará, com tais atitudes afetando negativamente o desenvolvimento da linguagem.

2.1. As diversas formas de linguagem


Desde pequenos já existe a comunicação, mas esta não é feita por meio oral. A linguagem é um sistema de símbolos culturais internalizados e é utilizada com o fim último de comunicação social. Assim como no caso da inteligência e do pensamento, o seu desenvolvimento passa também por períodos até que a criança chegue a utilização de frases e múltiplas palavras.
Ao nascer, a criança não entende o que lhe é dito. Somente aos poucos começa a atribuir um sentido ao que escuta. Do mesmo modo acontece com a produção da linguagem falada. O entendimento e a produção da linguagem falada evoluem.
Existem diferentes tipos de linguagem: a corporal, a falada, a escrita e a gráfica. Para se comunicar a criança utiliza tanto a linguagem corporal (mímica, gestos, etc.) como a linguagem falada. Lógico que ela ainda não fala, mas já produz linguagem. Vamos ver como!
O desenvolvimento da linguagem se divide em dois estágios: pré-linguístico, quando o bebê usa de modo comunicativo os sons, sem palavras ou gramática; e, o lingüístico, quando usa palavras.
No estágio pré-linguístico, a criança, de princípio, usa o choro para se comunicar, podendo ser rica em expressão emocional. Logo ao nascer este choro ainda é indiferenciado, porque nem a mãe sabe o que ele significa, mas aos poucos começa a ficar cheio de significados e é possível, pelo menos para a mãe, saber se o bebê está chorando de forme, de cólica, por estar se sentindo desconfortável, por querer colo etc. é importante ressaltar que é a relação do bebê com sua mãe ou com a pessoa que cuida dele, que lhe dá elementos para compreender seu choro.
Além do choro, a criança começa a produzir o arrulho, que é a emissão de um som gutural, que sai da garganta, que se assemelha ao arrulho dos pombos. O balbucio ocorre de repente, por volta dos 6-10 meses, e caracteriza-se pela produção e repetição de sons de consoantes e vogais como “ma-ma-ma-ma”, que muitas vezes é confundido com a primeira palavra do bebê.
No desenvolvimento da linguagem, os bebês começam imitando casualmente os sons que ouvem, através da ecolalia. Por exemplo: os bebês repetem repetidas vezes os sons como o “da-da-da-da”, ou “ma-ma-ma-ma”. Por isso as crianças que tem problema de audição, não evoluem para além do balbucio, já que não são capazes de escutar.
Por volta dos 10 meses, os bebês imitam deliberadamente os sons que ouvem, deixando clara a importância da estimulação externa para o desenvolvimento da linguagem. Ao final do primeiro ano, o bebê já tem certa noção de comunicação, uma idéia de referência e um conjunto de sinais para se comunicar com aqueles que cuidam dele.
O estágio lingüístico está pronto para se estabelecer. Sendo assim, contando com a maturação do aparelho fonador da criança e da sua aprendizagem anterior, ela começa a dizer suas primeiras palavras.
A fala lingüística se inicia geralmente no final do segundo ano, quando a criança pronuncia a mesma combinação de sons para se referir a uma pessoa, um objeto, um animal ou um acontecimento. Por exemplo, se a criança disser apo quando vir a água na mamadeira, no copo, na torneira, no banheiro, etc., pode-se afirmar que ela já está falando por meio de palavras. Espera-se que aos 18 meses a criança já tenha um vocabulário de aproximadamente 50 palavras, no entanto, ainda apresenta características da fala pré-linguística e não revela frustração se não for compreendida.
Nesse contexto, pode-se dizer que estimular o desenvolvimento das múltiplas linguagens na Educação Infantil significa, dentre outros aspectos, desenvolver uma leitura reflexiva e crítica do mundo, catapultando de uma visão de senso comum para um entendimento mais aprofundado da realidade que nos cerca e que causa tanta perplexidade no universo infantil. Recorrer à linguagem artística, corporal, musical, oral, escrita, pictórica, dramática, como forma de estabelecer comunicação com o mundo é um direito que a criança tem e que a escola deve assegurar.
Nesse aspecto, Zalala (1998, p. 50) reforça que:

Embora o crescimento infantil seja um processo global e interligado, não se produz nem de maneira homogênea nem automática. Cada área do desenvolvimento exige intervenções que o reforcem e vão estabelecendo as bases de um processo equilibrado do conjunto. (Zalala, 1998, p. 52)

Possivelmente, o conhecimento/utilização de variadas formas de expressão ofereça lugar a que distintas maneiras de comunicação se desvelem em sala de aula, o que significa dizer que cada um, a seu modo, pode/deve se manifestar sem que, para tanto, existam protocolos e modelos a serem seguidos. Trata-se, portanto, de oferecer aos alunos diferentes recursos de expressão, explorando cada um deles a partir das especificidades que deles  decorrem. Quem sabe, dessa forma, a produção das crianças possa se agregar à produção cultural já existente, iniciando-se, assim, uma interlocução significativa entre o que já existe e o que podemos criar/ressignificar. Nas palavras de Zabalza (1998),
A dimensão estética é diferente da psicomotora, embora estejam relacionadas. O desenvolvimento da linguagem avança por caminhos diferentes dos da sensibilidade musical. A aprendizagem de normas requer processos diferentes dos necessários para a aprendizagem de movimentos psicomotores finos. Sem dúvida, todas essas capacidades estão vinculadas (neurológica, intelectual e emocionalmente), mas pertencem a âmbitos diferentes e requerem, portanto, processos (atividades, materiais, orientações) bem diferenciados de ação didática.
Dessa maneira, o que se pretende é que o desenvolvimento de múltiplas linguagens na Educação Infantil esteja a serviço de um desenvolvimento mais abrangente, que ultrapasse as habilidades de se expressar de múltiplas formas, e se configure como uma possibilidade de leitura significativa de mundo, o que implica identificar fenômenos, estabelecer relações, elaborar inferências a partir do que se vive e observa, sistematizar informações, enfim, produzir conhecimento.
Claro está que esse tipo de entendimento sobre as múltiplas linguagens representa uma tomada de decisão no que se refere ao cotidiano escolar e às exigências nele presentes, pois propor um trabalho que anuncia apenas o ponto de partida, mas não o de chegada, significa priorizar a qualidade dos trabalhos e não a quantidade. Afinal, de nada servem as pastas abarrotadas de folhas, demonstrando a mesma técnica de desenho ou pintura, se, junto a esse acervo, não houver uma criança que saiba interpretar essas produções. De pouco vale a satisfação da escola e dos pais, se, junto a esse sentimento, não houver uma criança que se desenvolve e cresce nos aspectos cognitivos, psicomotor e socioafetivo. De nada adianta satisfazer a lógica do adulto, se a lógica infantil estiver sendo desprezada. Cabe lembrar que o desenvolvimento das diferentes linguagens requer tempo, recorrência, exercício, anarquia, escolha, discussão, análise, reflexão, sistematização, investimento intelectual da maior importância e relevância, ainda que nem sempre passível de se guardado na pasta do aluno, o que reforça a idéia de que a quantidade de trabalhos não representa um balizador seguro quando se trata de falar em qualidade em Educação Infantil.
Noutras palavras, o trabalho na escola deve se pautar pelo sólido conhecimento técnico, pela intencionalidade pedagógica, pela partilha solidária dos saberes (Moraes, 2008), pela participação da comunidade.


2.2  O desenvolvimento da linguagem oral
      Como comunicação verbal a linguagem oral é um sistema complexo de: símbolos, regras, organização e uso desses símbolos utilizado por todos os seres humanos para comunicarem entre si, organizarem o pensamento e armazenarem informações.
O desenvolvimento da oralidade foi sendo entendido:

- Como uma questão de repetição e treino. A linguagem era tida como um conjunto de palavras que servem para nomear objetos, ações e pessoas. Portanto, era necessário  ensino de pequenas listas de palavras, numa aprendizagem cumulativa, aumentando o grau de complexidade.
A criança não era vista como falante da língua e, com isso, produziam-se situações de silêncio e homogeneidade. O discurso do adulto passa a ser valorizado em detrimento das falas infantis, impedindo a alternância enunciativa e o diálogo. A simplificação de histórias e textos também é conseqüência dessa redução da linguagem à repetição fonética.

- Como natural e linear. Nesta outra visão, o desenvolvimento da linguagem era visto como natural e decorrente do amadurecimento da criança.
Não sendo, portanto, conteúdo pedagógico, as atividades relacionadas à fala ficavam subordinada ao ensino da leitura e da escrita. Sendo assim, a fala do adulto não tem tanta importância e não é vista como referência para as crianças. Ou, complementando esta concepção, passa-se a infantilizar a linguagem, apresentando uma fala simples, por vezes quase soletrada, para que a criança aprenda a falar corretamente as palavras. Usa-se muito o diminutivo.
Nessas práticas, a roda de conversa é apenas uma conformatação especial, onde são dirigidas às crianças lições de moral (hábitos de higiene e comportamento), estabelecimento de monólogos, onde se espera das crianças respostas em coro, ou ainda, revezamento, onde as crianças são chamadas a responder partindo de uma definição de assunto e hierarquia de participação.
    
No desenvolvimento da linguagem socialização, brinquedo e afetividade, a criança repete o mesmo caminho que se seguiu em relação ao universo físico, durante os dois primeiros anos: do egocentrismo inicial à integração final da centralização em si mesma. A descentralização d predomínio da assimilação ao equilíbrio entre assimilação e acomodação. A linguagem que no início é egocêntrica passa a ser comunicativa ou socializada.
Para alguns teóricos, o mais importante para o desenvolvimento da linguagem oral são as estruturas herdadas biologicamente. Isso é, só o ser humano aprende a falar porque ele trás essa capacidade, que é própria da espécie.
Enquanto que, outros estudiosos acreditam que o mais importante é o ambiente. A criança aprende porque é recompensada toda vez que falar ou fala alguma coisa.
Sabe-se que as estruturas lingüísticas herdadas não sã suficientes para que uma criança aprenda a falar, pois um bebê não aprende a falar se não conviver com pessoas que falam. A influência do ambiente também não é suficiente, pois, por mais que se tenha tentado ensinar macacos a falarem, até hoje eles não conseguiam aprender a linguagem complexa e rica em combinações faladas, pelos animais humanos.
Cabe dizer que, para desenvolver a linguagem oral o ser humano precisa:

·      Da maturação do sistema nervoso e de suas cordas vocais.
·      De certas estruturas genéticas que lhe possibilitem o desenvolvimento da linguagem num determinado ritmo.
·      De um ambiente favorável com pessoas que falem e estimulem a criança a falar.

Vale dizer ainda que a aprendizagem da linguagem oral não consiste apenas em memorização, mas, também em reflexão, pensamentos, explicação dos atos e sentimentos.
A verbalização é a conseqüência da construção da linguagem oral. Esta é adquirida através da audição, pois as crianças vão aprendendo aquilo que ouvem e articulando sua construção. Por isto, é importante que a linguagem do adulto seja sempre correta. A criança aprende a verbalizar por meio da apropriação da fala do outro.
A linguagem é recriada por meio dessa participação – os outros, isto é, os seus interlocutores, têm um papel muito importante no processo da criança e d jovem, mas quem refaz a linguagem é a criança, é o jovem. E o seu trabalho, agindo com a linguagem  e sobre a linguagem, que os torna seres falantes e participantes no universo social.
Cagliari (1985, p. 52):

Aprender a falar é, sem dúvida, a tarefa mais complexa que o homem realiza na sua vida. É a manifestação mais elevada da racionalidade humana. Toda criança aprende uma língua, e não fala um amontoado de sons. (Grifo do autor)
Concordo com Zorzi (1998, p. 35), quando afirma que:

Para desenvolver a comunicação oral, sujeito precisa ter um motivo e uma intenção em si comunicar. A partir da intenção comunicativa, as palavras são buscadas para representar as idéias, pensamentos e sentimentos. Ao recorrer a este repertório lexical (vocabulário) existe ainda a necessidade de organizar tais palavras em frases, respeitando os aspectos gramaticais da linguagem.

Assim sendo, pode-se dizer que, a linguagem oral, assim como a construção do conhecimento, resulta de um processo de interação entre o sujeito, o meio social e o meio físico.












3. LEITURA E CONTAÇÃO DE HISTÓRIA: UM ESTÍMULO A APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM ORAL

Desde a antiguidade tanto a leitura quanto escrita, exercem grande importância na evolução da humanidade. Mas, saber decodificar letras em sons e codificar sons em letras, não é sinônimo de capacidade em utilizar a língua materna, pois essa capacidade de uso é equivalente a possibilidade de falar, escutar, escrever e ler em diferentes contextos de comunicação.
Cabe a escola e principalmente ao educador, relacionar às práticas de uso da linguagem as práticas sociais. No início da vida escolar, já na Educação Infantil, é necessário o trabalho com textos que circulam socialmente, dando maior importância a literatura infantil.
O contato da criança com materiais de leitura deve ser constante para que desperte o gosto por essa atividade, tornando-a um hábito e não um momento esporádico. A literatura infantil, utilizada de modo adequado, é um instrumento de suma importância na construção do conhecimento do educando, fazendo com que ele desperte para o mundo da leitura na só com um ato de aprendizagem significativa, mas também como uma atividade prazerosa. Através da leitura, a criança se apropria de culturas e saberes historicamente acumulados pelo homem, adquirindo informações que o ajudarão na construção de seu conhecimento. A literatura e consequentemente a leitura é um dos caminhos mais viáveis para desenvolver e estimular a formação de idéias, que habitará o educando para uma escrita concisa e lógica.
Os referenciais curriculares sugerem que: [...] os professores deverão organizar a sua prática de forma a promover em seus alunos: “O interesse pela leitura de histórias. [...] isto se fará possível trabalhando conteúdos que privilegiem a participação dos alunos em situações de leitura de diferentes gêneros, feita pelos adultos, como contos, poemas, parlendas, trava línguas, etc. propiciar momentos de reconto de histórias conhecidas os eixos das referências curriculares da Educação Infantil para as crianças, pois, segundo Amarilha (1997, p. 20):

“Os contos de fadas, com seu rico referencial simbólico, ressaltam o papel que a literatura deve ter para as crianças o de tornar possível ao leitor experiências imaginárias que sejam catalisadoras dos problemas do desenvolvimento humano e assim proporcionar autoconfiança sobre o seu próprio conhecimento”

Nesta perspectiva é óbvio que os contos de fada podem e devem servir como recurso pedagógico, uma vez que os mesmos transportam a criança para o mundo do faz de conta, do era uma vez, do real para o imaginário, por meio do lúdico, aspecto essencial para o desenvolvimento humano, permeando todas as áreas do conhecimento.
Ler e contar histórias para as crianças é uma atividade muito importante. Através delas as crianças se divertem, se informam, estimulam a imaginação, a fantasia e a criação além de contribuir para a superação de medos, angústias e dúvidas que elas tenham. A Literatura Infantil nas escolas deve despertar o gosto pela leitura, pois “(...) a literatura pode proporcionar fruição, alegria e encanto quando trabalhada de forma significativa pelo aluno. Além disso, ela ode desenvolver a imaginação, os sentimentos, a emoção, a expressão e o movimento através de uma aprendizagem prazerosa”. (Sawulski, 2002)
Porém há diferenças entre lei e contar. A linguagem oral e a linguagem escrita são duas variedades da linguagem. A história contada oralmente tem uma força de transmissão oral, isto é: a voz, o olhar e o gesto  do contador de histórias que alegra ou entristece sua platéia.
Nesta perspectiva pode-se afirmar que uma história, por mais simples que seja, apresenta um mundo de possibilidade que promovem e enriquecem a aprendizagem da criança, seja ela na escrita ou na oralidade, além de oportunizar a vivência de vários conteúdos. É fantástico a contribuição dos contos para melhorar a oralidade, pois sabe-se que é amaneira mais utilizada pelo ser humano para comunicar-se, segundo Vigotsky, o que facilita o desenvolvimento da expressão oral, do pensamento e da aproximação às características da história original no que se refere á descrição de personagens, cenários e objetos, com ou sem a ajuda do professor. (Brasil, 1998, vol. 3, p. 117, 159)
É importante salientar que a criança constitui através da leitura, significados que podem melhorar sua qualidade de vida, propondo um resgate da auto estima e do autoconhecimento, conscientizando-a de que todos são capazes de superar suas próprias dificuldades e limitações, levando-a a encontrar caminhos que despertam a compreensão de si e do mundo e as novas descobertas que contribuirão para o seu conhecimento e crescimento pessoal e social.
Os contos dão prazer e as crianças aprendem também outras culturas, conhecem seus valores, modo de ser e viver.
Sabe-se que os contos, apesar de muito explorados, guardam sempre surpresas e alimentam fantasias das crianças especialmente aquelas de Educação Infantil.
Sendo assim, com suas características, estes contos têm resistido ao tempo e confirmado sua importância para o desenvolvimento infantil. Geralmente, quando chegam à escola as crianças já trazem, um certo repertorio desses contos.

“Contos de fada são paradoxos da pedagogia: Para um ensino criador de mitos uma literatura que não se limita ao saber, mas que desenvolve a imaginação poética e a criatividade da criança.” (Held, 1980, p. 05)

Diante de tal posição, entende-se a transformação e o crescimento as ampliações de novos horizontes. Novas idéias se dão quando professor se arrisca e ousa em suas práxis buscando novos caminhos que facilitem a construção do conhecimento.
Ao fazer uso dos contos de fada em sala de aula o professor contará com um precioso recurso da literatura infantil e estará a articulação entre todo Atenção e a interação social, ou seja, a conversa com familiares, amigos, vizinhos e professores (Vigotsky, 1987, p. 30)

Sendo assim, cabe ao educador propor situações desafiadoras que estimulem a inteligência e a expressão oral. Caso contrário, se a criança não estiver interessada e curiosa estes momentos tornar-se-ão cansativos.
Pode-se dizer que o ato de contar histórias está presente em todas as culturas, letradas ou não letradas e que estimulam sim a aprendizagem das crianças de Educação Infantil, pois as mesmas adoram ouvi-las, e os adultos podem descobrir o enorme prazer de contá-las. Na Educação Infantil, enquanto a criança ainda não é capaz de ler sozinha, o professor pode ler para ela. Quando já é capaz de ler com autonomia, a criança não perde o interesse de ouvir histórias contadas pelo adulto; mas pode descobrir o prazer de contá-las aos colegas.
Enfim, a “hora da história” é um momento valioso para a educação integral (de ouvir, de pensar, de sonhar) e para alfabetização, mostrando a função social da escrita. O professor pode organizar este momento de diversas maneiras: no início ou fim da aula; incrementando com músicas, fantasias, pinturas; organizando uma pequena biblioteca na sala; fazendo empréstimos de livros para que as crianças leiam em casa, enfim, há uma infinidade de possibilidades.




3.1- A contação de história através de imagem

Quando ainda não sabe ler, mas conta a história que vê desenhada na sequência das páginas, o “leitor” já mostra um conhecimento narrativo que pressupõe ter ouvido histórias com textos verbais. Quando já iniciou o processo de alfabetização, ao ler as narrativas visuais, a criança fica estimulada a escrever o texto verbal para aquela história só “ilustrada”.
Assim sendo, as histórias curtas que contam somente com o recurso da narrativa verbal da professora tornam-se objeto de atenção e participação da criança. As histórias através de imagem provocam a imaginação da criança.
Diante de tal posição, entende-se a transformação e o crescimento as ampliações de novos horizontes, novas idéias se dão quando o professor se arrisca e ousa em suas práxis, buscando novos caminhos que facilitem a construção d conhecimento.
Ao fazer uso dos contos de fadas em sala de aula ou apreciação da imagem por parte dos alunos, o professor contará com um precioso recurso da literatura infantil e estará viabilizando a articulação entre todos os eixos dos preferenciais curriculares de Educação Infantil. Como afirma Cermadilha (1997, p. 35)

“Os contos de fada, com seu rico referencial simbólico, ressaltam o papel que a literatura deve ter para as crianças o de tornar possível do leitor experiências imaginárias que sejam catalisadoras dos problemas do desenvolvimento humano e assim proporcionar autoconfiança sobre o seu próprio conhecimento.” (Cermadilha, 1997, p. 35)

    Nesta perspectiva, é obvio que os contos de fada, mesmo sendo através de imagem, podem e devem servir como recurso pedagógico, uma vez que os mesmos transportam a criança para o mundo do faz de conta, do era uma vez, do real para o imaginário, por mio do lúdico, aspecto essencial para o desenvolvimento humano, permeando todas as áreas do conhecimento.
Ler e contar histórias para as crianças é uma atividade muito importante. Através delas as crianças se divertem, se informam, estimulam a imaginação, a fantasia a superação de medos, angústias e dúvidas que elas tenham.
Vale ressaltar que a expressão oral, como forma de comunicação, acontece em todas as atividades que favoreçam a manifestação de idéias, as expressões de fantasias, instigue a curiosidade e a imaginação das crianças. As atividades de expressão oral liberam a criança, levando-a a imprimir sua individualidade criativa na relação com as pessoas objetos e pessoas com as quais convive. Assim, sendo, as histórias através de imagens é um instrumento rico no desenvolvimento da linguagem oral e da criatividade da criança.
Pode-se dizer também que a sociedade contemporânea é convidada, cada vez mais, a ler textos não verbais. Vive-se na era da comunicação imagética. Aliás, em alguns textos, a imagem fala mais do que as palavras. Portanto, se faz necessário reeducar esse homem moderno que foi condicionado a ler só o texto verbal.
Há necessidade de apresentar aos alunos que o não verbal não é verbal. É necessário ir além das palavras.
Sabe-se que a leitura desses textos é uma necessidade no mundo atual e nas modernas técnicas de interação comunicativa: pó isso, faz-se necessária na escola. Cabe aos professores não só de Língua Portuguesa, mas também os de outras disciplinas esse desafio.
Geralmente, quando fala-se aos alunos que eles precisam ler mais eles pensam logo em textos verbais: livros, revistas; jornais e outros. Assim, deve mostra que o texto não é exclusividade das palavras, ou seja, que trabalhar o não verbal é, também, necessário para aguçar a capacidade leitora dos alunos.
Coelho explica que,

“... a literatura infantil vem sendo criada, sempre atenta ao nível do leitor a que se destina... e consciente de que uma das mais fecundas fontes para a fomaçã dos imaturos é a imaginação – espaço ideal da literatura. É pelo imaginário que o eu pode conquistar o verdadeiro conhecimento de si mesmo e do mundo em que lhe cumpre viver.” (Coelho, 2000, p. 141)

Por esse motivo a criança explora tanto o livro e as imagens são tão presentes nos livros de literatura infantil. “Além disso as imagens funcionam pra as crianças como pistas para a recontagem de histórias, possibilitando o desenvolvimento da narrativa e na fala letrada” (Nogueira, 1995, p. 29).
Assim, a leitura desse tipo de livro, mais relacionada a leitura sensorial, inicia-se muito cedo na vida do leitor. Ela vai ao encontro do prazer que o aspecto estético do livro pode proporcionar as crianças e possibilita que eles utilizem a imagem como suporte para a compreensão do texto. As imagens permitem o desenvolvimento de diferentes estratégias de compreensão de um texto com antecipação, inferência e verificação mesmo quando ainda não se sabe ler.
Ao mesmo tempo em que a criança diferencia a imagem e o texto escrito, também pode fazer relações entre que foi lido e como aquilo está representado na imagem. As imagens despertam a curiosidade das crianças em buscar o significado do texto escrito e permitir-lhes entender que no livro de literatura infantil, como objeto cultural, texto e imagem estão estreitamente vinculados.

3.2- Os contos de fada e a linguagem oral

Sabe-se que uma história, por mais simples que seja, apresenta um mundo de possibilidades que promovem e enriquecem a aprendizagem da criança seja ela na escrita ou na oralidade, além de oportunizar a vivência de vários conteúdos.
É fantástica as contribuições dos contos de fada para melhorar a oralidade, pois os mesmos são considerados a maneira mais utilizada pelo ser humano para comunicar-se.  
Para Vigotsky, o que facilita o desenvolvimento da expressão oral, do pensamento e da atenção é a interação social, ou seja, a conversa com familiares, amigos,vizinhos e professores (Vigotsky, 1987, p. 30).
A arte de contar histórias é muito antiga, talvez a primeira forma de registrar a história da humanidade. Os antepassados contavam histórias de como eram suas vidas, suas guerras, sua luta pela sobrevivência, seus medos, o que faziam para se divertir, suas celebrações...
Antes de qualquer registro escrito havia a comunicação oral que, passando de geração para geração, transcendia a cultura de um povo. Assim, justifica-se a importância dos mais velhos nas civilizações, pois eram os seres que já tinham vivenciado grandiosas experiências e contavam para os demais para que esses pudessem também aprender com o que fora contado.
Pois a vida infantil precisa cumprir cada etapa do seu desenvolvimento para uma estrutura psíquica equilibrada para ser elaborada como foco de atenção. E a companhia do adulto que a atai para folhear um livrinho, imaginar cenas de uma história perguntar o que está escrito ou prestar atenção à narrativa lida. Vigostsky afirma que:

A tarefa do docente consiste em desenvolver na uma única capacidade de pensar, mas muitas capacidades particulares de pensar em campos diferentes; não em reforçar a nossa capacidade geral de presta atenção, mas em desenvolver diferentes faculdades de concentrar a atenção sobre diferentes matérias (Vigostsky, 1989, p. 30).

Pensando assim, a escola necessita ser redimensionada com vista a formar alunos capazes de dominar tecnologia e de produzir outras. E a contação de histórias pode contribuir de forma significativa para essa formação, pois os contos de fada exercem uma influência benéfica na formação da personalidade porque, através da assimilação dos conteúdos da história, as crianças aprendem que é possível vencer obstáculos e saírem-se vitoriosos especialmente quando o herói vence no final.
Porém, outra função importante dos contos de fada é a de resgatar o “tempo da alma”.
Vale ainda dizer que as histórias lidas em voz alta, a partir do livro, contribuem para familiarizar a criança com as características da linguagem escrita, além de ampliar o vocabulário das crianças, porque muitas vezes existem nos livros palavras que elas não conhecem, o contato com a linguagem escrita estimula o desenvolvimento da estratégia de processamento da linguagem, importantes para o sucesso posterior na escola. O recontar histórias também possibilita que as crianças desenvolvam uma estrutura de linguagem interna mais sofisticada do que usada na vida cotidiana, aprimorando tanto a linguagem oral quanto a escrita. Pode-se dizer que os contos infantis, são considerados suportes necessários e devem ser desenvolvidos durante todos os anos da pré escola. Esses elementos não são apenas suportes de uma linguagem fluente e eficaz. São também geradores de outras produções de linguagem.
Os contos de fada desenvolvem a capacidade de fantasia infantil, são para as crianças, o que há de mais real dentro delas. Enquanto diverte a criança, os contos a esclarece sobre si mesma e favorecem o desenvolvimento da sua personalidade. Por isso, um conto trabalha o aspecto afetivo, psicológico e cognitivo. No início da idade escolar, a criança está entrando na fase da latência. Nessa fase, toda a energia da criança que antes estava no aspecto sexual, envolvida nas questões edípicas, agora é sublimada e se volta cm força para as coisas da escola, para a aprendizagem. Assim, o objeto de desejo é substituído pela busca do conhecimento.
São construídas e desenvolvidas durante os primeiros anos de vida da criança maneiras particulares de ser e esquemas de relações com o mundo e com as pessoas. Suas matrizes de relações são construídas a parti de sua interação com o meio: o seu comportamento emocional, individualização do próprio corpo, formação da consciência de si, são processos paralelos e complementares do desenvolvimento da criança (em seus primeiros anos) e é nesta fase que prevalecem os critérios afetivos sobre os lógicos e objetivos. De acordo com Piaget, as crianças adquirem valores morais não só por internalizá-los ou observá-los de fora, mas por construí-los interiormente através da interação com o meio ambiente. Nesta fase, ouvir histórias (principalmente os contos), entre outras atividades, é possibilidade real de desenvolvimento e aprendizagem.
Os contos de fadas exercem um grande fascínio nas crianças, são caminhos de descoberta e compreensão do mundo. Segundo Bettelheim dentro do texto: “O conto de fadas procede de uma maneira consoante ao caminho pelo qual uma criança pensa e experimenta o mundo; por esta razão os contos de fadas são tão convincentes para elas”.
Bettrelheim ainda assinala que as crianças, através da utilização dos contos, aprendem sobre problemas interiores dos seres humanos e sobre suas soluções e também é através deles que a herança cultural é comunicada às crianças, tendo uma grande contribuição para elas.
Cabe ao educador propor situações desafiadoras que estimulam a inteligência e a expressão oral.
Os RCNEI (1998) propõem objetivos a serem atingidos pelas crianças como forma de promover determinadas capacidades, como: participar de variadas situações de comunicação oral, interessar-se pela leitura de histórias e ter contato com livros e revistas a fim de se aproximarem da escrita. Isto par as crianças de 0-3 anos, enquanto que para as de 4-6 anos, a instituição deve oferecer meios par ampliar, gradativamente, suas possibilidades de comunicação e expressão possibilitando que haja intercâmbios sociais, participação em atos de leitura de textos pelo professor, assim como escolhê-lo para ler.
O documento orienta professor a delinear tanto atividades inéditas com de rotina em uma relação de continuidade ente elas. Portanto, o professor deverá planejar de forma a criar situações em sala de aula a fim de que a fala, a escuta e a compreensão da linguagem sejam intencionalmente definidas. Para que isto ocorra, faz-se necessário refletir a respeito de como operacionalizar tal desafio,  qual deverá ser observado na escola.


3.3- A escola e o desenvolvimento da capacidade de expressão oral na infância

Para as crianças, a aprendizagem da linguagem oral e escrita é um dos elementos importantes para ampliarem suas possibilidades de inserção e de participação nas diversas práticas sociais e convívio familiar. A linguagem se constitui um dos eixos básicos na educação infantil, dada sua importância para o desenvolvimento e na formação do indivíduo, para a interação social, na orientação das ações das crianças, na construção de conhecimentos e no desenvolvimento das idéias. É necessário que a criança ao ser inserida no meio escolar todos os recursos possíveis para a linguagem oral seja estimulados, para que seu repertório de palavras aumente e ela possa se expressar mais facilmente. À medida que a criança desenvolve a sua oralidade e no contexto escolar utiliza-se da linguagem oral para expressar suas idéias, pensamentos e intenções. As histórias infantis têm sido muito usadas na educação infantil para estimular o hábito da leitura e para trabalhar com valores. Leitura e escrita, mesmo antes de ser alfabetizado, além do conhecimento do esquema corpóreo ele adquire subsídios para o conhecimento de si mesmo e do espaço em que ocupa além do processo para alfabetização.
Assim sendo, torna-se fundamental que a escola tenha uma proposta de ensino voltada para os contos, pois a mesma pode incidir positivamente sobre o desenvolvimento da comunicação oral.
Para desenvolver a comunicação oral, o sujeito precisa ter um motivo e uma intenção em si comunicar. Para alguns teóricos, o sujeito nasce com capacidades inatas e cabe aos meio apenas estimular o potencial lingüístico e cognitivo que já existe. Dessa forma, a escola, a televisão ou o rádio, já seria o suficiente para o desenvolvimento da linguagem.
Por tudo o que foi dito, facilmente se percebe, a complexidade do desenvolvimento da língua oral e a sua relevância para o exercício da cidadania. Consequentemente, no espaço educativo, a promoção desse desenvolvimento não é só tarefa da disciplina de língua, mas de todas as disciplinas, e de todos os professores, uma vez que contribui para a formação integral do aluno e o dota de uma ferramenta imprescindível a sua vida pessoal, escolar e profissional.
Pode-se dizer que ler e contar histórias devem ser atividades obrigatórias na programação diária das turmas. De acordo com o PCN, “Toda educação comprometida co o exercício da cidadania precisa criar condições para que o aluno possa desenvolver sua competência discursiva” (p. 23). É, portanto, na percepção das situações discursivas que  aluno poderá se constituir como cidadã e exerce seus direitos como usuário da língua.
Saber ouvir é outro aspecto de grande importância na aprendizagem. A leitura de histórias, contos torna-se uma atividade que se presta muito bem para desenvolver, no aluno a capacidade de ouvir e o desenvolvimento da linguagem oral. Pois, acompanhar a sequência lógica dos fatos da narrativa, procurando compreender o enredo, e uma atividade que atrai, dá alegria e atende também a necessidade infantil de fantasia, encantamento e relaxamento, além de enriquecer o vocabulário de maneira agradável pelo contato com a modalidade culta da língua, ou seja, uma linguagem mais elaborada. Para Paulo Freire (_______) “a educação, sozinha, não transforma a sociedade; sem ela, tampouco a sociedade muda”.
Nesse sentido, a literatura infantil nas escolas, deve despertar o gosto pela leitura pois ela pode proporcionar o desenvolvimento da linguagem oral, quase por completo. Quanto ao desenvolvimento cognitivo, ela proporciona às crianças meios para desenvolver habilidades que agem como facilitadores dos processos de aprendizagem. Estas habilidades podem ser observadas no aumento do vocabulário, nas referências textuais, na interpretação de textos, na reflexão, na criticidade e na criatividade.
Pode-se dizer que a escola e um ambiente privilegiado par garantir o desenvolvimento e a capacidade da linguagem oral, pois quando as crianças chegam a escola sem uma rica base de  linguagem e responsabilidade profissional dos educadores implantá-la por meio de suas abordagens pedagógicas e escolhas curriculares.
Assim sendo, os educadores dos primeiros anos devem nutrir a escuta e a fala das crianças porque são meios importantes de dar sentido ao mundo. A capacidade de expressão oral ajuda as crianças a se tornarem parte de uma comunidade e de uma cultura, enquanto as palavras e estruturas da linguagem falada são os blocos básicos de construção da capacidade de ler e escrever.
Percebe-se então que para desenvolver uma proposta voltada para a utilização da literatura infantil na escola é preciso ampliar a nossa percepção de que “(...) ler não é decifrar palavras. A leitura e um processo em que o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, apoiando-se em diferentes estratégias, como seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor e de tudo o que sabe sobre a linguagem escrita e o gênero em questão” (RCNEI, 1998, p. 144).

4- A PRÁTICA PEDAGÓGICA E O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL


A atitude do professor em sala de aula é decisiva para a conquista e o desenvolvimento da criança em todos os aspectos.
No conceito do educador, entre a teria e a prática há uma distância importante: em muitas ocasiões é preciso vencer resistências entre o que se viver e se interiorizou e o que se deseja realizar. No entanto, muitas vezes é difícil diferenciar entre o que se tem contextualizado e o que se faz na prática. A prática interiorizada está presente com uma segunda natureza e tende a repetir-se. Todos têm modelos interiorizados, que incorporamos com nossos pela observação, durante muitas horas, de como outros ensinavam.
A prática construtivista, segundo Rangel (2002,p.30), é fundamentada em conceitos relevantes e pertinentes para o contexto educacional, como educadores têm que se ter plena consciência de que a teoria é convincente, mas de nada adianta se não for aplicada a realidade, adaptada ao meio em que está sendo inserida e absorvida pelo corpo docente que acredita que a educação atual, mesmo passando por carências, é passível de alguns ajustes e de ser bem sucedida.
Muitos professores pensam que o aluno, sozinho, deve construir seus conhecimentos. Isso e uma falsa verdade. Na concepção do construtivismo, o aluno ressignifica o conhecimento e reconstrói, porém, num processo conjunto e compartilhado com o professor e com os colegas.
Portanto, considera-se que se faz necessário que o professor introduza em sua prática pedagógica a literatura, pois com afirma Pinto (1999, p. 42):

“A Literatura Infantil tem um grande significado no desenvolvimento de crianças de diversas idades, onde se refletem situações emocionais, fantasias, curiosidades e enriquecimento do desenvolvimento perceptivo. Para ele a leitura de histórias influi em todos os aspectos da educação da criança: na afetividade: desperta a sensibilidade e o amor à leitura; na compreensão: desenvolve o automatismo da leitura rápida e a compreensão do texto; na inteligência: desenvolve a aprendizagem de termos e conceitos e a aprendizagem intelectual.” (Apud Rufino e Gomes, 1999, p. 11)

Cabe também dizer que é através da prática e da intervenção do professor que a criança quando é estimulada a falar de forma criativa, possibilita a redescoberta do prazer de se expressar em público sem nenhum constrangimento. Nesse momento compreende-se o importante papel do professor, não só como detentor de conceitos, mas como uma ponte que “leva a criança a compreender que a escrita representa a fala”. Porém, mostra que ambas as linguagens têm características próprias. É importante que a criança seja incentivada a se expressar constantemente pelo professor, ainda que não domine totalmente o código convencional, pois ao falar com auxílio do professor irá adquirindo maiores conhecimentos sobre a língua.
Foi pensando assim que durante a intervenção buscou-se ter uma visão mais voltada para os contos de fada em sala de aula e optou-se trabalhar os contos de forma mais prazerosa através das seguintes atividades: hora do conto e reconto, onde as crianças ouviam a  história e em seguida era escolhida uma criança para recontar de forma que todas pudessem falar sobre a história ouvida,foi usado também roda de conversa, leitura não verbal,onde enquanto a criança o professor fazia o papel de escriba, foi confeccionado o baú da leitura o qual era colocado no pátio e as crianças iam pegava  o livro que quisesse. Aproveitando a empolgação das crianças trabalhou-se também com dramatização dos contos trabalhados no decorrer das oficinas, algo que abriu um enorme leque para os pequenos exercitarem a linguagem oral
 De tudo que  foi utilizado com as crianças, detectou-se que as mesmas melhoraram su linguagem oral, alunos  que quase não falava, recontou uma historia com perfeição.
De acordo com o que foi dito até agora só resta reconhecer que a preocupação pedagógica referente a contação de historia deve, essencialmente , estar presente nas salas de educação infantil.
Assim, o professor tem papel fundamental no desenvolvimento da linguagem oral das crianças, cabe a ele utilizar uma prática onde dê oportunidade aos alunos de falar suas experiências, expor suas idéias de contar e recontar histórias para que seja estimulada a linguagem oral.
Pois, ensinar exige apreensão da realidade, na qual o educador precisa conhecer as diferentes dimensões que caracterizam a essência de sua prática, o que poderá torná-lo mais seguro do seu próprio desempenho.
Para Freire (1996, p. 30), aprendemos não apenas nos adaptar, mas, sobretudo, transformar a realidade intervindo-a, criando-a e recriando-a. Nossa capacidade de aprender decorre a de ensinar, implicando a nossa habilidade de aprender a substantividade do objeto aprendido.
Assim, é necessário que a criança ao ser inserida no meio escolar todos os recursos, possíveis para a linguagem oral seja estimulados, para que seu repertório de palavras aumente e ela possa se expressar mais facilmente. Pois, a medida que a criança desenvolve a sua oralidade e no contexto escolar utiliza-se da linguagem oral para expressar suas idéias, pensamento e intenções e também é estimulado aos diversos processos de leitura e escrita, mesmo ante de ser alfabetizado, além do processo para a alfabetização. Nesta instância é papel do professor está sempre renovando sua prática, levando para sala de aula contos infantil, que sempre será uma oportunidade de estimular o desenvolvimento da linguagem oral a imaginação e, com toda certeza, contribuir para a formação afetiva e emocional dos pequenos aprendizes.
Sabe-se que o conto de fada desenvolve a capacidade de fantasia infantil, são para as crianças o que há de mais real dentro delas. Pode-se dizer que são narrações ou de fatos puramente imaginados. A imaginação é importante para quem fala e escuta, e na Educação Infantil é imprescindível diante do texto que precisa ser oralizado em determinados contextos de comunicação. Os contos esclarecem sobre si mesmos e favorecem o desenvolvimento de sua personalidade. Além de favorecer a imaginação criadora desde a infância, logo as habilidades lingüísticas serão beneficiadas com a escuta ativa por parte das crianças que escutam de forma prazerosa, contos infantis.
Como afirma os RCNEI:

“(...) os professores deverão organizar a sua prática de forma a promover em seus alunos: o interesse pela leitura de histórias; a familiaridade com a escrita por meio da participação em situações de contato cotidiano com livros, revistas, histórias em quadrinhos; escutar textos lidos, apreciando a leitura feita pelo professor; escolher os livros par ler e apreciar. Isto se fará possível trabalhando conteúdos que privilegiem a participação dos alunos em situações de leitura de diferentes gêneros feita pelos adultos, como contos, poemas, parlendas, trava-línguas, etc. propiciar momentos de reconto de história conhecidas com aproximação às características da história original no que se refere à descrição de personagens, cenários e objetos, com ou sem a ajuda do professor.” (RCNEI, 1998, vol. 3, p. 117-159)


Uma das formas que irá privilegiar o desenvolvimento da oralidade parte da escuta de histórias, em que a linguagem escrita e oral encontra-se entrelaçadas, encaminhando-se para a reconstrução da história lida – recontar histórias, prática que acolhe as contribuições de experiências e conhecimentos das crianças, as quais em sua fala carregam seus modos próprios e particulares de pensar, formando elos de troca e ajuda mútua.  
Desse modo, a presente proposta de intervenção tem como principal objetivo.

              Pois a escola deve oferecer um ambiente que estimule a comunicação verbal não apenas em sala, mas também no refeitório, no pátio, na brinquedoteca, nos corredores. Para conversar, ali estão amigos, educadores, merendeiras, porteiros e diretores. Oportunidades tão distintas tornam as situações de fala mais ricas, elaboradas e complexas.
Portanto considerando os fundamentos teóricos que embasam essa proposta de intervenção reconhe-se que trabalho em sala de aula com contos de fada é importante sob vários aspectos biopsicossociais. Quanto ao desenvolvimento cognitivo ele proporciona as crianças méis para desenvolver habilidades que agem como facilitadores dos processos de aprendizagem com também um desenvolvimento da linguagem oral. Estas habilidades podem ser observadas no aumento d vocabulário, nas referências textuais, na interpretação de textos, na ampliação d repertório lingüístico, na reflexão, na criticidade e na criatividade.


3.1. Justificativa

A linguagem é o meio pelo qual os seres humanos comunica-se e expressam-se. Essa é uma das características que distingue o homem dos demais animais. A linguagem humana apresenta diversos sons, cada um com um significado particular. Mas, o que torna essa linguagem tão importante é que estes sons podem ser vistos e compreendidos da forma mais variada possível, gerando assim novos significados.
Sabe-se que é papel da educação infantil desenvolver e estimular a linguagem oral das crianças, pois dela depende o seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e social. Nas crianças as linguagens são várias, começam pela comunicação ao verbal, que caracteriza seu comportamento desde os primeiros meses de vida e que se enriquece posteriormente com o desenvolvimento da linguagem verbal.
A interação social que as crianças são inseridas através da linguagem em suas diversas formas, está presente no mundo literário infantil de forma marcante, tendo em vista o interesse que a criança demonstra pela literatura.
Vários autores da psicologia e da pedagogia afirmam que conto é importante para a construção da linguagem oral da criança e da sua personalidade. Com essa visão percebe-se a necessidade de elaborar-se esta proposta de intervenção cujo tema é: “Desenvolvendo a linguagem oral na educação infantil, através da contação de histórias”, a qual busca detectar como a escola trabalha a contação de histórias infantis para crianças e a partir daí incorporar novas formas de contar histórias em sala de aula, uma vez que esta contribui para o desenvolvimento da linguagem oral.
Convém observar que o trabalho com a linguagem oral deve receber a mesma ênfase que o trabalho com a linguagem escrita. As crianças precisam compreender que cada situação exige um nível diferente de linguagem e que a contação de história e a leitura contribui significativamente para o desenvolvimento de linguagem oral.
É importante lembrar que não basta a contação de história e a leitura, mas o diálogo permanente e o intercâmbio de idéias que estimula o pensar e o falar, que são elementos essenciais para a linguagem não só oral como também escrita.
3.2. Caracterização da escola – CEMEI

A Escola CEMEI – Centro Municipal de Educação Infantil Maria de Fátima Derick – campo de estudo desta proposta, localiza-se no município de Equador, RN, na Rua Getúlio Vargas, nº 559, situada no centro da cidade. Atende uma clientela de famílias de nível econômico médio e baixo. A maioria dos alunos desta unidade escolar mora distante e utilizam o transporte escolar oferecido pela prefeitura municipal. A rua que dá acesso a escola é bem larga e com trânsito razoável. A escola fica perto de outra instituição escolar de ensino fundamental e médio, a escola Estadual Professora Isabel Ferreira, como também da biblioteca pública e a Igreja Católica. Isso faz com que a rua da escola fique bastante movimentada.
A escola ainda abre suas portas para outras atividades da comunidade, como: aulas de catecismo, aulas de ginástica para pais de alunos e pessoas da comunidade.
Até 1998, a escola possuía apenas duas salas de aula e era denominada de Costa e Silva. Atendia alunos de ensino fundamental. Quando foi feita uma ampliação e passou a funcionar com uma pré-escola e uma creche, atendendo todas as crianças do município, foi aí que houve a junção das duas escolas que, na época era Pequeno Príncipe e Creche, formando assim a Educação Infantil.
Atualmente, o CEMEI recebeu o nome de Maria de Fátima Derick, em homenagem a uma professora que dedicou sua vida a essa fase de ensino. A instituição é bem organizada. Favorece e valoriza a autonomia da criança, combate o uso de apelidos, comentários pejorativos, discriminatórios e preconceituosos, sejam eles empregados por adultos ou crianças. Essa instituição promove a participação dos portadores de necessidade especial em todas as atividades escolares.para isso a escola dispõe de espaço e equipamento acessíveis para acolher as crianças com deficiência conforme determinação decreto – Lei nº 5.296/2004.
Sendo assim, a escola CEMEI, tem como missão construir um espaço de vivências, experiências, aprendizagem, para que as crianças se socializem, brinquem e convivam com a diversidade humana de maneira natural.
3.3. Público alvo


Para que os objetivos dessa proposta sejam atingidos, faz-se necessário a delimitação do público alvo a ser trabalhado, assim como o nível de desenvolvimento da linguagem oral das crianças. Para tanto, delimitou-se para a execução dessa proposta de intervenção sócio escolar, a turma “B” do nível III de Educação Infantil do Centro Municipal de Educação Infantil Maria de Fátima Derick, em Equador, RN.
As crianças da turma selecionada em números de vinte e uma, sendo nove meninos e doze meninas, na faixa etária de quatro anos de idade. São crianças ativas e com boa aceitação para as atividades realizadas, uma vez que os contos sempre encantaram até mesmo as crianças de idade maior.

3.4. Objetivos

Geral:

Intervir no processo de desenvolvimento da linguagem oral das crianças na Educação Infantil, através da contação de histórias.

Específicos:

·           Propiciar o desenvolvimento da linguagem oral através da contação de histórias com auxílio de imagens;
·           Possibilitar momentos da recontação de histórias a partir do que viu e ouviu;
·           Estimular a dramatização de histórias ouvidas como forma de desenvolvimento da linguagem oral.

3.5. Conteúdos e atividades

Sabe-se que, por muito tempo a Educação Infantil foi uma modalidade de ensino relegada ao segundo plano. Pesquisas mostram que até o início dos anos 80, essa modalidade contou com pouca ou nenhuma preocupação no que tange as questões de planejamento d trabalho: objetivos, conteúdos, metodologias e avaliação.
Pode-se afirmar que somente nas décadas de 90, com a reforma educacional, empreendida no cenário nacional, passou-se a considerar a Educação Infantil como a primeira etapa da educação básica. Logo surgiu os referenciais curriculares para Educação Infantil, referenciando os conteúdos que devem ser trabalhados com as crianças de zero a seis anos de idade.
Percebe-se, assim, que houve uma flexibilização do próprio conceito de conteúdo, admitindo-se que ele inclui elementos de natureza diversa, como fatos, sistemas, conceituais, procedimentos e até valores.
Portanto, foi a partir dessa ótica que escolheu-se para essa proposta de intervenção pedagógica os seguintes conteúdos e atividades.

·         Realização do dia “D” da contação de histórias;
·         Contação de histórias usando fantoches;
·         Realização de rodas de leituras;
·         Exibição de DVD e vídeos de histórias e contos de diferentes gêneros;
·         Apresentação;
·         Ilustração (com desenhos) de histórias lidas;
·         Recontar a história ouvida;
·         Dramatização da história;
·         Contação de histórias com o auxílio de imagens;
·         Leitura oral de diferentes contos.

3.6. Metodologia

Sabe-se que a metodologia trata de métodos, regras e procedimentos dos quais utiliza-se para alcançar os objetivos propostos para todo e qualquer trabalho. Desse modo, deve possibilitar condições, estimulantes para que a aprendizagem aconteça efetivamente.
Portanto, torna-se óbvio que os contos podem ser desenvolvidos como metodologias, com a finalidade de facilitar o desenvolvimento da linguagem oral das crianças da Educação Infantil. É compreensível que para realizar uma intervenção seja necessário uma maior interação do professor com as crianças para perceber melhor as maiores necessidades das mesmas. Assim, a metodologia será aplicada utilizando-se de oficinas, incluindo rodas de conversas, histórias lids e contadas, histórias através de fantoches e dramatizações de maneira que propiciem as crianças momentos prazerosos e aprendizagem significativa.




3.7. Recursos metodológicos

Dinamizar o ensino e a aprendizagem nos dias atuais é um desafio inerente a todo professor que tem como prioridade de uma aprendizagem prazerosa e significativa para seus alunos. Portanto, para que a sala de aula se transforme em um lugar atrativo e facilitador da aprendizagem e preciso a utilização de recursos metodológicos coerentes com o conteúdo a ser trabalhado, e que seja ao mesmo tempo atrativo para o aluno.
Pensando assim, adotou-se como recurso metodológico para a realização das atividades da intervenção sócio escolar os seguintes recursos:

·         Papel ofício;
·         Lápis de cor;
·         Imagens;
·         Cartazes;
·         Livro de literatura infantil;
·         DVD.

Mesmo tendo definido esses recursos, outros poderão ser acrescido, dede que haja necessidade e que seja para enriquecer o processo ensino e aprendizagem.

3.8. Tempo previsto

A passagem das horas, dos dias e dos anos é uma preocupação que permeia a história das civilizações. O tempo é uma construção cultural, o que significa que cada povo tem um entendimento próprio sobre o assunto. A marcação e as ordenações do tempo constituem uma construção humana que pode variar. Assim sendo, o tempo previsto para a realização dessa intervenção será de vinte horas, distribuídos em diversos momentos.
O primeiro momento será o contato com a escola e cm o professor da turma escolhida para uma conversa a respeito do trabalho e observação da turma para um maior conhecimento de seu desempenho em relação a oralidade. Para isso será utilizado três dias e uma carga horária total de cinco horas.
No segundo momento acontecerá a intervenção de várias atividades que serão realizadas com  o objetivo  de melhorar o desenvolvimento da linguagem oral das crianças da turma “B”, nível III, da Educação Infantil. Entre as atividades, encontra-se a contação e recontação de história pelas crianças sobre a orientação do professor aluno, rodas de conversa, encenação de peças teatrais, entre outras. Durante esse período, que será de 5 dias, com duração de três horas diárias, se faz necessário também o registro de todos momentos relevantes da intervenção.


3.9. Avaliação
avaliação na atualidade é considerada com um processo natural que possibilita ao educador ter consciência do que está fazendo, da qualidade desse faze e das conseqüências que motivará as suas ações.
Segundo Mendez (2005, p. 26), “ao avaliar olhamos para trás e percebemos que e preciso rever o programa, retificar, buscar outros caminhos, lançar novas indagações, melhorar”.
Nesse contexto, o papel do avaliador passa a ser o de participe não só do sucesso dos alunos, mas, também, do fracasso, uma vez que os caminhos do processo ensino e aprendizagem serão decididos através das ações pedagógicas realizadas no dia a dia em sala de aula. Como diz Vasconcelos (1998,p. 79), “a avaliação vai se incorporando no próprio trabalho de sala de aula, pois o melhor método de avaliação é o método de ensino”.
Com esse pensamento, busca-se para essa proposta de intervenção uma avaliação contínua e diagnóstica, considerando as atividades e competências dos alunos a partir das atividades desenvolvidas diariamente em sala de aula, mais especificamente as atividades orais.











CONSIDERAÇAOES FINAIS
          O percurso da revisão bibliográfica explicitado neste trabalho apontou a atitude de recontar histórias como propiciador de habilidades discursivas pelas crianças e o
educador como criador de situações estimuladoras concretas e contextualizadas
para que as mesmas possam adquirir tal desenvolvimento. A singularidade deste
trabalho é abordar o papel da Literatura Infantil como agente estimulador das
locuções pela interação entre as crianças e delas com o docente que, como
mediador deve explorar e valorizar a participação da criança nos momentos de fala.
           Após as oficinas  com as intervenções pode-se perceber que as crianças
expostas há mais tempo às atividades que favoreçam este tipo de desenvolvimento
narrativo apresentaram um discurso verbal mais elaborado. Negociando ações, inclusive utilizando de perguntas para que os demais colegas respondessem; estas durante a observação participativa expuseram que apesar do contato freqüente com contação e leitura pela pesquisadora necessitaram de intervenções em suas falas.
          Diante da dificuldade em organizar as cenas da história contada e relatá-las
segundo os aspectos temporais e causais, algumas situações puderam ser
notadas como: crianças que optaram em ficar caladas, seja por não querer se
expressar, por temer errar na construção ou até mesmo não compreender como                          
elaborar estratégias e recursos para tal.
          Percebe-se que as histórias que foram trabalhadas  de forma lúdica e diversificada ofereceu mecanismos para que os sujeitos desenvolvessem sua linguagem oral com a  intervenção  do professor.
Isto a partir da possibilidade de aplicar a proposta do reconto de histórias
respeitando o ritmo e características específicas de cada classe a fim de alcançar
uma produção mais autônoma pelas crianças.Esta evidenciou, portanto, a
intencionalidade da elaboração e planejamento deste tipo de atividades.
Desse modo evidencia-se a importância da discussão do quadro teórico
apresentado anteriormente para a elaboração de uma proposta significativa para a
participação ativa das crianças sobre o que viram e ouviram das histórias,
procedimento, este, que possibilita as crianças refletirem sobre os conteúdos das
histórias, além de ampliar seu repertório lingüístico. Destaca-se que a utilização dessa prática pedagógica mostrou elementos importantes no processo de aprendizagem, da linguagem oral das crianças. E pode-se concluir que o processo dconhecimento é mais importante do que seu produto, assim como o ato de contar e
recontar é mais importante que após a leitura de histórias.
 Mediante as considerações conclusivas anteriores, sugeri-se que os que folhearem essa proposta de intervenção reflitam suas posturas pedagógicas relativas a contação o de contos em sala de educação infantil, no sentido de interferir no potencial das crianças ajudando-as no desenvolvimento de sua linguagem, de forma que a mesma perceba que  está sedo valorizada.



























REFERÊNCIAS

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil gostosuras e bobices. São Paulo:

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